Os snujs (também chamados de címbalos, zills, finger e sagat) são discos metálicos de cobre ou de bronze, de idade aproximada de 3.000 anos! Reza a lenda que sacerdotisas o utilizavam para espantar "maus espíritos" (será que as dançarinas pouco treinadas estão na verdade atraindo esses espíritos, hehehe?), sendo hoje um instrumento de percussão, tanto usado por músicos quanto por bailarinas.
No caso do snuj não tem a mesma colher de chá que o daff, a dançarina tem que tocar também! Só que temos diferenças entre o modo de tocar do músico e o modo de tocar da bailarina: o músico fica parado, suas mãos geralmente ficam com as palmas viradas para fora, e o snuj de cada dedo toca as extremidades do címbalo correspondente, movimento semelhante ao "estalar os dedos", produzindo um som estridente e bem mais longo que se tocado de outra forma; ele por si só se destaca na música. No caso da bailarina, essa posição das mãos não é rígida, pois ela está dançando, a única coisa que se deve respeitar é a forma de toque do snuj: leve, estridente, não como se estivessem batendo tampas de panela (o famoso "sapinho"), pois assim o som não se sobressai e mais ainda: incomoda! É preciso também bater nas extremidades!
Existem variedades de snujs, podendo ser grandes ou pequenos, altos ou baixos. Destes, os baixos para as dançarinas são melhores porque se fixam melhor nos dedos. Ah sim, como colocar os snujs! Os snujs são dois pares de címbalos, com um elástico no meio para prendê-los aos dedos (escolha elástico preto, o branco fica encardido fácil!!). Dois ficam nos polegares, e os outros dois ficam no dedo médio. Não aperte demais o elástico, senão seus dedos ficarão roxos, sem circulação! Para saber se o snuj está bem posicionado e firme, o côncavo dele (a parte mais proeminente e arrredondada, de onde sai o elástico) tem que estar na sua digital (o meio da digital, o círculo central), e ao balançar os dedos o snuj não muda dessa posição (para não correr o risco de tocando e dançando, ele virar para o lado oposto!). No caso do polegar, centralizando bem o snuj, ele fica abaixo e rente à cutícula, e no dedo médio ele fica sobre (o meio do elástico sobre a cutícula), mas nos dois casos não deixe a extremidade do elástico roçar a cutícula porque pode machucar!
Existem vários modos de acompanhar uma percussão com snuj com ritmos árabes, ou seja, não é só "tec-tec", o som tem que ser identificado. Um som básico é o de 4 tempos: DUM DUM TAKA TA DUM TAKA TA TAKA. Os músicos tocam o DUM com as duas mãos simultaneamente, mas as bailarinas podem tocar só com uma mão. Para quem é destro, pode começar com a direita: DUM, dividindo os TA e os KA nas mãos opostas ao som anterior, assim como o DUM, que fatalmente cairá na mão que se iniciou a tocar. Eleja uma mão para iniciar o "DUM", e com ela sempre execute este som. Assim você não ser perderá no meio do ritmo. A Ansuya ensina em seu DVD instrucional a se deslocar a cada DUM que você tocar, assim, "DUM - pisa". Toda vez que você tocar esse DUM, você pisará um pé e se deslocará, e até você conseguir tocar e andar sem ficar totalmente dessincronizada!
Os snujs podem ser dourados ou prateados, sendo uma escolha pessoal da bailarina, que verá aquele que ela se adapta melhor e gosta mais. Com o tempo ele escurecem, para limpar se pode usar produtos para limpeza de pratos de bateria (vende em lojas de instrumentos musiciais), sendo algo muito importante para a durabilidade de sua aparência e da sua "afinação" guardá-los num saquinho de pano. O ar em contato com este metal forma crostas nas bordas, que além de escurecer seu instrumento musical, podem desafiná-lo! Para testar a qualidade do som de um snuj, ao se tocar seu som deve se prolongar mesmo após ser abafado (aquele immmmmmmmmmmm).
E importante: não toque seus snujs num taqsim, num momento lento da música ou quando cantor estiver cantando (para ele não tacar o snuj em você!). O snuj aparece nos momentos mais marcados pela percussão, ou então como um solo, numa pausa da música. Assim ele tem a sua hora, não é para aparecer em toda a apresentação, ele é como se fosse um "enfeite", a sua "frase" é destacada, não podendo coincidir com outros momentos solo, como o do cantor (a vez do cantor é só dele, assim como a orquestra se apresenta no início, quando ele canta, algumas bandas dão até uma pausa, o snuj, então, precisa se calar!). O snuj bem tocado é um instrumento muito apreciado, mas por ser tão marcante, ele pode ser tornar também insuportável, por isso toda dedicação é imprescindível para quem quer se apresentar tocando este instrumento.
Salam